sexta-feira, 28 de agosto de 2015

22/07 e 23/07: [TRAVESSIA COM PERNOITE] Mangaratiba X Mazomba (Via Serra do Piloto e São João Marcos)


ideia inicial era fazer a travessia da Serra do Piloto até Mazomba. Mas decidi por esticar o roteiro e conhecer mais das redondezas do Parque Estadual do Cunhambebe. Eram 9h de sábado, quando iniciamos, eu e mais três amigos (Marcelo, Bruno e Maicon), a nossa caminhada, partindo do trevo principal de Mangaratiba. Saímos da BR-101 para a RJ-149 onde caminhamos por 20 km até o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos. No caminho, passamos por vários e interessantes pontos de visitação, entre eles as ruínas de um Teatro, o Bebedouro da Barreira, a Cachoeira dos Escravos, além de alguns mirantes e pontes com uma belíssima vista. Muitos outros pontos ficaram de fora do trajeto já que não tínhamos tempo hábil pra visitar tudo o que o local oferecia. Portanto, ficaram anotados para uma próxima oportunidade locais como Ponte Bela, Macundu e Rubião. Ao chegarmos ao Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, ficamos encantados com as paisagens, as ruínas e a história de São João Marcos, devidamente contata em diversas placas informativas por todo o parque, que, aliás, encontra-se muito bem cuidado e transmite uma paz indescritível. Uma pena não poder ficar mais, visto que ainda tínhamos que caçar algum lugar pra pernoitar. 

Saímos do parque às 17h, e por volta das 18h, escolhemos um local onde pudéssemos ficar camuflados na mata. Armamos a barraca para acamparmos na beira da RJ-149, próximo à ponte sobre o Rio Pires. Como ao longo da caminhada encontramos alguns carros abandonadoscápsulas de balas, e diversas placas baleadas pela estrada, o combinado era que ficássemos quietos sem luzes, falas ou músicas, a fim de evitarmos surpresas desagradáveis ao longo da noite. Porém, quebrando o combinado, decidimos ir até a estrada pra vermos o céu estrelado. E que céu! Vinho, incenso, música e nós quatro na beira da estrada. O combinado havia ido por água abaixo, rs. Vez ou outra um carro cruzava a pista na toda e nós ali vendo o tempo passar entre estrelas e ruídos noturnos 

Foi quando a surpresa quase desagradável da noite aconteceu. Um dos carros, ao nos ver na beira da estrada, parou alguns metros à frente, onde ficou por cerca de um minuto. Depois seguiu por mais alguns metros, e retornou pelo outro lado da pista, parando à cerca de cinco metros de onde estávamos com farol alto na nossa direção. De coração disparado, permanecemos parados onde estávamos sem saber ao certo o que fazer. O motorista passou a piscar os faróis e depois de um tempo os apagou. Nesse momento, temendo que ele se utilizasse da escuridão pra vir até onde estávamos, atravessamos a estrada, seguimos para longe da barraca e nos jogamos no meio da vegetação para aguardarmos que ele desistisse daquela perseguição e nos deixasse em paz. Após nos embrenharmos na mata, ele veio descendo a rodovia com velocidade reduzida e faróis altos, passou por nós e se foi. Corremos até a barraca e sossegamos, finalmente. Mas o susto maior ainda estava por vir. Meus amigos dormiram, mas eu permaneci acordado por mais um tempo. Passados alguns minutos, percebi uma luz se aproximando de onde estávamos. Era uma lanterna apontada pra dentro da nossa barraca a menos de 2 metros de distância. Acordei um dos meus amigos (o Bruno) e ficamos de olhos arregalados, coração aos pulos, atentos ao que ele faria em seguida e ainda sem saber ao certo qual seria a nossa reação independente do que acontecesse. O dono da lanterna se foi, voltou e se foi novamente, dentro de um período de cerca de trinta minutos, sem se comunicar ou nos importunar em nenhum momento. Na hora do susto, não tínhamos condições de pensar; somente agir. Passado o momento, acreditamos que era somente um guarda florestal que estava passando por ali, e que, após ver que estávamos apenas acampando, se foi e nos deixou ter a nossa noite de sono (nada) tranquila. Ufa! 

No domingo, acordamos (sem ter dormido) por volta das 6h, tomamos um café reforçado, desmontamos a barraca e voltamos pra estrada, rumo à entrada para a travessia até Mazomba, que se inicia no KM 13,5 da RJ-149, onde há uma placa indicando o acesso ao Parque Estadual Cunhambebe. Ao longo do caminho passamos por riachos, algumas ruínas e muitas fazendas. Essa primeira parte da travessia é feita por estradas de terra, onde a única chance de se perder é escolher o caminho errado nas três únicas bifurcações que encontramos pelo caminho. Virando à esquerda na primeira, à direita na segunda e à esquerda na terceira bifurcação (onde há uma igrejinha verde), não tem erro. O maior destaque dessa parte da travessia, em minha opinião, é a cachoeira de Santo Antônio. Apesar de pequena é linda e acolhedora, com um chão de pedras coloridas e água cristalina repleta de peixes. Um paraíso. 

Após passarmos por um alto portal de tijolinhos, iniciamos uma nova etapa da travessia, agora por caminhos menos óbvios. A estrada dá lugar a trilhas menores, onde passamos por mais uma fazenda e seguimos em frente, entrando à direita onde há uma larga abertura na cercadando início à subida da misericórdia, única parte um pouco mais cansativa da travessia – principalmente por se tratar de um caminho totalmente descampado com sol sobre a cabeça o tempo todo. Vencida a subida da ladeira, a descida foi bem mais tranquila, com muita sombra e visuais de tirar o fôlego de tão lindos. 

Chegamos à Mazomba já passava das 15h. Passamos por alguns poços do Rio Mazomba, porém não demoramos por lá. Apesar da beleza desse trecho, os resíduos de oferendas religiosas e os barulhentos frequentadores tiram um pouco da magia do lugar. Uma visita em dia de semana talvez seja um pouco mais apropriadaFomos descendo pela estrada, passando por vários outros poços até chegarmos ao centro de Mazomba, onde paramos pra comer um (delicioso) pastel e tomarmos uma merecida cerveja. =D

Gratidão!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O Início

1. Sobre a postagem:

Apesar do título, na prática, essa postagem não inicia nada. Há tempos ando por aí a procura de aventuras que pontuem a minha vida, que sacudam meus dias, que inspirem o meu caminhar. Tem dado certo, sempre e cada vez mais. O trilhar é constante e recompensador. Os amigos, especiais. As paisagens, inesquecíveis. As experiências, únicas. Por que não compartilhar? Por que não trocar essas experiências com outras pessoas?

O título fala desse início. O início dessa troca, desse compartilhamento, desse registro que pretendo manter por aqui a partir de hoje. Quero expor, dialogar com pessoas com interesses próximos e sincronizar passos em busca de novas e tentadoras aventuras. Espero que os textos aqui publicados inspirem aos que por aqui transitarem, assim como espero ser inspirado por andarilhos que por ventura passem por aqui.

2. Sobre o blog:

Este blog tem por objetivo relatar minhas aventuras, seja por trilhas, madrugadas, praias, cachoeiras, escaladas, acampamentos, travessias, mergulhos, caminhadas, voos... Além desses relatos, vez ou outra aproveitarei o espaço para registrar algumas dicas de roteiros, filmes, livros, sons, lugares, acessórios, entre outros, sempre dentro da temática proposta pelo blog.

3. Sobre o autor:

Tenho 28 anos, sou estudante de jornalismo, amante da natureza e protetor dos animais (e por isso, vegetariano). Tenho interesse por esportes de aventura e qualquer programa que gire em torno das florestas, dos mares, das cachoeiras e de tudo o que traz amor e paz ao espírito. Não sou guia de turismo especializado e minhas aventuras são sempre sem guia (às vezes sozinho, às vezes com amigos que também curtem vagar por aí de forma livre).

4. Sobre o título do blog:

O título do blog foi retirado da música "Morte e Vida Stanley", do Cordel do Fogo Encantado. Em 1987, fui jogado "nas garras do mundo sem guia", decidi por aproveitar essa oportunidade ao máximo e agora convido-os a vir comigo! Vamos? =D

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Obs.: Não sou guia credenciado e nunca cobrei por guiar ninguém em trilhas. Sempre as fiz por prazer, seja sozinho ou acompanhado, e o grupo / blog / página é apenas com o intuito de trocar experiências e gerar oportunidades, seja pra mim ou pra quem me lê. O grupo não é fechado e nem possui membros fixos ou principais. Somos nômades, com todo o prazer que isso pode e certamente nos proporciona. Todos serão sempre bem vindos. Esse espaço também é seu. Essa experiência é pra ser vivida por todos que assim desejarem.

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>> Outros Canais

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Um abraço!